segunda-feira, 20 de junho de 2016

Conflitos na Síria


Dentro de algumas semanas, postarei uma matéria chamada "entendendo os conflitos na síria" com informações, imagens e vídeos para uma melhor compreensão da dinâmica dos conflitos e dos problemas enfrentados pelos refugiados (dentro e fora do país).

Refugiados no Brasil (Infográfico)


A Camorra (Máfia Italiana)

Criada em Nápoles, na Itália, a Camorra é mais uma organização criminosa. O grupo já foi alvo de estudos, filmes e livros, tamanha a complexidade de sua organização. Criada em um meio urbano, surgiu em meados do século 19, quando Napoli pertencia ao Reino das Duas Sicílias, dos Bourbons. A organização controla seu território de perto e construiu uma teia de informantes e colaboradores junto às classes sociais mais pobres da Itália.
A Camorra conta com aproximadamente 110 famílias em operação em mais de 7000 colaboradores e afiliados. Suas atividades são inúmeras e seus trabalhos são executados em escala global. Entre os crimes praticados pelo grupo, podem ser destacados: jogo clandestino, monopólio da produção de cimento em Campânia (região sul da Itália), fraude na importação de carne, tráfico de drogas, contrabando de cigarros, entre outros.



O grupo nasceu entre quadrilhas da chamada "mallavita" (marginalidade), como já foi dito acima, ao contrário da Máfia Siciliana, de origem rural, a Camorra é de origem urbana. Outra diferença entre a Camorra e a Máfia Siciliana está no ponto de vista organizacional, enquanto a primeira mantém seus grupos unificados, a Camorra nunca conseguiu juntar os cerca de 100 grupos criminais que controlam suas operações.
Mas as diferenças com a Máfia não acabam aí, a Camorra não conseguiu organizar a sua Comissione (o que seria como uma cúpula de governo) e por isso não teve um vértice. Então, nos anos 60, ocorreu uma tentativa de unificar os clãs para organizar melhor o contrabando de tabaco. Entretanto, a tentativa falhou e Raffaele Cutolo, expoente do grupo, acabou criando a Nova Camorra Organizada, em uma derradeira tentativa de consolidar a organização em meados dos anos 70.

Em 1980, clãs comandados por Zaza, rei do contrabando de cigarro norteamericano na Itália, Bardellino e Nuvolete se opõe à Cutolo.
Segundo dados do Instituto Brasileiro Giovanni Falcone (IBGF), a Camorra movimentou um mercado de drogas de 500 mil euros por dia em 2004. “Mulheres com crianças nos braços ocuparam o centro do bairro chamado Fiori (flores), local usado pela Camorra no ”despacho e venda" de cocaína, heroína e drogas sintéticas fabricadas em fundo de quintal” (texto sobre a Camorra na página do IBGF).

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Camorra
http://ibgf.org.br/index.php?data[id_secao]=3&data[id_materia]=284
Tognolli, Cláudio & Arbex, José Jr. O Século do Crime. São Paulo: Editoral Boitempo, 1996.
http://it.wikipedia.org/wiki/Raffaele_Cutolo
http://www.infoescola.com/sociedade/camorra/

Por que os limites entre os estados dos EUA são "retos"?

Porque os territórios dos Estados Unidos foram organizados para facilitar a política, a economia e a administração do país. A formação do território americano não seguiu barreiras naturais, como rios e cadeias de montanhas, comuns em outros países. Em vez disso, os estados americanos têm fronteiras "secas" e retas, para que as áreas sejam parecidas. Assim, os estados ficam mais iguais entre si e disputam investimentos das empresas de maneira mais equilibrada. Mesmo assim, o maior estado, o Alasca, é 540 vezes maior que Rhode Island, o menor. 



CADA UM NO SEU QUADRADO
Divisão do território seguiu linhas retas
No período colonial, as 13 colônias já eram divididas em linhas retas. Com a independência do país, as colônias viraram estados e, em 1789, alguns deles cederam parte de sua área ao governo federal em pagamento por dívidas. Esses territórios, chamados de não organizados, eram administrados pelo governo federal enquanto não era definido o controle local.
No século 19, a região a oeste era dividida entre Espanha, França, áreas sem dono e os próprios EUA usando fronteiras naturais, como rios e montanhas. O rio Mississippi, por exemplo, separava o território de Indiana e a Louisiana, que foi comprada da França em 1803. Os limites do país passaram a ser montanhas Rochosas a oeste e o rio Vermelho ao sul.
Em 1821, um tratado assinado entre EUA e Espanha definiu as fronteiras mais a oeste. Mais uma vez, as divisões eram retas, facilitando a fiscalização e evitando conflitos entre as duas nações. As áreas com divisões mais tortas eram as que ainda não eram estados consolidados (ou seja, com governo local), mas, sim, territórios federais.
Na década de 1850, por meio de outro tratado, os EUA conquistaram o Oregon, que antes era administrado em conjunto com o Reino Unido. Além disso, com a independência do Texas e o fim da guerra com o México, mais terra veio para domínio americano. O país continuou sendo dividido em grandes quadrados de terra, separados apenas pelas montanhas Rochosas.
A partir de 1867 os EUA continuaram dividindo grandes blocos em quadrados menores. Em 1959, definiram o mapa comprando o Alasca da Rússia e incorporando o Havaí. Hoje, dos 50 estados, poucos escapam às fronteiras retas. As exceções são os estados por onde passam os rios Mississippi, Missouri e Ohio, e pontos como a fronteira entre Idaho e Montana, guiada pelas Rochosas.
Fonte: Mundo Estranho

domingo, 19 de junho de 2016

Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

No dia 1º de setembro de 1939, as forças nazistas alemãs de Adolf Hitler invadiram a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. O Brasil passou a participar do conflito a partir de 1942. Na época, o presidente da República era Getúlio Vargas.
A princípio, a posição brasileira foi de neutralidade. Depois de alguns ataques a navios brasileiros, Getúlio Vargas decidiu entrar em acordo com o presidente americano Roosevelt para a participação do país na Guerra.

Embora a história dos pracinhas - diminutivo de praça, que é soldado - seja ainda pouco comentada no Brasil, Marcus Firmino Santiago da Silva, coordenador do curso de Direito da Escola Superior Professor Paulo Martins, do Distrito Federal, e estudioso sobre a Segunda Guerra, afirma que a participação brasileira foi muito importante. "O apoio do Brasil foi disputado na Segunda Guerra. De forma um pouco velada por parte dos países do eixo (Alemanha, Itália e Japão) e de maneira clara pelos aliados, especialmente os norte-americanos, além da Inglaterra e da França", afirma.


O primeiro grupo de militares brasileiros chegou à Itália em julho de 1944. O Brasil ajudou os norte-americanos na libertação da Itália, que, na época, ainda estava parcialmente nas mãos do exército alemão. Nosso país enviou cerca de 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB), e 42 pilotos e 400 homens de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).

Os pracinhas conseguem vitórias importantes contra os alemães, tomando cidades e regiões estratégicas que estavam no poder destes, como o Monte Castelo, Turim, Montese, entre outras. Mais de 14 mil alemães se renderam aos brasileiros, que também ficaram com despojos como milhares de cavalos, carros e munição.
A ação dos pracinhas não foi fácil por vários motivos. O primeiro, porque o treinamento recebido no Brasil e nos Estados Unidos não era muito próximo à realidade da guerra que encontraram. Os soldados não estavam habituados ao clima frio dos montes Apeninos, que atravessam a Itália e nem acostumados a lutar em local montanhoso. Só na batalha do Monte Castelo, houve mais de 400 baixas entre os brasileiros.
"Além disso, foi fundamental para o esforço de guerra a cessão de bases navais e aéreas no território brasileiro. Um desses locais que teve participação decisiva foi Natal, no Rio Grande do Norte", afirma o professor. A capital potiguar serviu como local para abastecimento dos aviões de guerra americanos e base naval antissubmarinos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a FEB foi desfeita em 1946.


Os Fenícios e sua importância para o comércio (Aventuras na História)


Saiba tudo sobre os fenícios e sua importância para o comércio

A partir do Líbano, os fenícios dominaram o comércio do Mediterrâneo por séculos. Em Cartago, descobriram a guerra. Fundaram um império, mas acabaram erradicados da História

Texto: Fábio Marton | 08/08/2012 18h57
Por mais de mil anos, os fenícios foram o shopping center ambulante da Antiguidade. Se algo pudesse ser vendido, eles vendiam: vinho, azeite, móveis, joias, ferramentas, armas, tecidos, peles, escravos e, por uma taxa especial, seus serviços como os melhores marinheiros do mundo. Entre 1200 a 730 a.C., sua rede conectava povos da Inglaterra até a Grécia e com ela também viajou sua grande invenção: o alfabeto, que deu origem ao grego, latim, hebraico e árabe.


Os fenícios originais não eram muito de guerra – preferiam fundar colônias com a permissão dos habitantes locais, sem avançar para o interior. Mas uma colônia fenícia mudou tudo: Cartago se tornou um verdadeiro império, e por pouco não pôs abaixo o futuro Império Romano. Como a criatura superou o criador e como ambos foram varridos da História é o que veremos a seguir.




Fenício? Que fenício?

Originários do que é atualmente o Líbano, a própria geografia empurrou os fenícios para o mar. A cadeia de montanhas que forma o monte Líbano limita a habitação humana à costa. Ao sul e ao norte, impérios bloqueavam o caminho. Partindo das cidadesestado de Tiro, Sidon e Biblos, as primeiras colônias foram em ilhas próximas, como Chipre e Malta.

Aliás, não existia isso de “fenício” para os próprios fenícios. “A Fenícia não existiu como entidade política unificada até os romanos fazerem uma província com esse nome, milhares de anos depois”, afirma o historiador Richard Miles, da Universidade de Sidney, na Austrália. O nome vem do grego e era um apelido: a palavra phoinix quer dizer algo como “os roxos”, por causa de um dos seus principais produtos, os tecidos tingidos de roxo. “Eles provavelmente chamavam a si próprios de cananeus. Foram os gregos que os agruparam como fenícios”, diz Miles.

Canaã designava mais que apenas as terras dos ditos fenícios, era toda a região entre o sul da Síria e a Palestina, habitada também por outros povos, como os hebreus e os filisteus – cuja história, de fato, se confunde com a deles. “Até 1200 a.C., não havia diferença entre a história das cidades do litoral e do interior. Ou seja, nós temos uma civilização sírio-palestina, não fenícia. É só com a independência das cidades-estado (que já existiam) que começa a história fenícia propriamente dita”, afirmou o historiador italiano Sabatino Moscati (1922-1997) em The Phoenicians (sem tradução).

O que fez surgir o comércio fenício foi o chamado colapso da Idade do Bronze, que ocorreu por volta de 1200 a 1100 a.C.. Por motivos não muito claros, grandes civilizações como egípcios, gregos micênicos e hititas entraram em rápida decadência. O vácuo de impérios permitiu às cidadesestado uma independência inédita, que propiciou o surgimento de sua rede comercial. No começo, os fenícios ofereciam os produtos de sua própria região para os vizinhos: madeira de cedro-do-líbano, o mesmo material do qual seus barcos eram feitos, e tecidos pintados com extrato dos caramujos do gênero Murex, de um púrpura belo e intenso.

Conforme novos povos entravam em sua rede comercial, os fenícios os apresentavam a produtos de outros povos que conheciam. Assim eles passaram a vender vinho grego aos egípcios, e papiro egípcio aos gregos – a palavra “byblos” passou a significar “papiro” em grego por que eram os comerciantes de Biblos que os supriam com o material. Com o tempo, “biblos” passou a querer dizer também o conteúdo do papiro, isto é, o livro – daí as palavras biblioteca e Bíblia.

Dependendo de remos quando o vento não ajudava, os navios fenícios não tinham muita autonomia e faziam rotas próximas à costa, com paradas constantes. Assim, eles estabeleceram mais de 300 colônias, normalmente meras vilas costeiras de menos de mil habitantes. Essas vilas não eram possessões coloniais no sentido moderno – eram estabelecidas com o consentimento dos moradores da região e não tinham zona rural, dependendo dos locais para suprir-lhes alimentos. Era mais um free shop que colônia, num modelo que os portugueses repetiram 2 mil anos depois com suas feitorias asiáticas.

A grande exceção ao modelo fenício era Cartago, que tinha territórios no interior, e passou a ser o entreposto principal. Localizada na atual Tunísia, ficava no meio do caminho para as rotas que vinham da Espanha, e próxima da Sardenha e Sicília.

O preço da paz

A independência e prosperidade vinham a um custo – em espécie. O método fenício de sobrevivência era basicamente pagar pela paz. Sem um grande exército e sem qualquer aliança durável entre as cidades-estado, eles sobreviviam por causa de sua conveniência para os impérios vizinhos. Com a imensa fortuna de sua rede de comércio, aplacavam a ira dos conquistadores com tributos. Assim eles sobreviveram ao novo reino do Egito (1550-1069 a.C.) e o reino de Israel (1030-930 a.C.), que os tornaram vassalos – “protegidos” mediante pagamento.

A paz fenícia aguentou até o Império neo-assírio (934-604 a.C.), que aceitou seus acordos por alguns séculos. Na década de 730 a.C., no entanto, o rei Tiglate-Pileser 3º invadiu e conquistou Tiro, então a cidade fenícia mais próspera. Tiro não foi destruída, mas perdeu muito de sua autonomia. À conquista dos assírios, se seguiriam a dos persas sob Ciro 1º (539 a.C.) e a dos macedônios de Alexandre Magno (332 a.C.), que arrasaram a cidade. Nada restaria da Fenícia original, exceto sua maior criação: Cartago.

Fundada em 814 a.C., Cartago começou a receber migrantes do Oriente Médio conforme a situação piorava, e tornou-se independente em 650 a.C. Em 308 a.C., virou república. Cartago aprendeu uma lição com sua antiga metrópole: dinheiro não podia comprar a paz indefinidamente. O Império Cartaginense venceu uma série de guerras contra os gregos, entre 480 e 275 a.C. A última dessas guerras, chamada Guerra Pírrica (280-275 a.C.), acabaria tendo um custo inesperado. Ela tornaria seus aliados, os romanos, em inimigos mortais.

Cartago deve ser deletada

Os romanos saíram da guerra confiantes em sua capacidade militar, e menosprezando a dos cartaginenses, que tiveram várias derrotas. Sob o pretexto de uma aliança com um grupo de mercenários, os romanos declararam guerra a Cartago em 264 a.C., iniciando a 1ª Guerra Púnica. Roma venceria, ficaria com a Sicília, e cobraria tributos. Para pagar tais impostos, os cartaginenses expandiram seu domínio na Espanha pela via militar, tomando cidades dos celtas locais.

Um desses locais era Saguntum, cidade protegida por Roma. Assim começou a 2ª Guerra Púnica (218-201 a.C.). Sob o comando de Aníbal Barca, e com o apoio de aliados africanos, a guerra começou com um surpreendente ofensiva cartaginense em que os exércitos cruzaram os Alpes com elefantes de guerra e impuseram várias derrotas aos romanos. Mas a guerra se prolongou demais, e terminou em outra derrota de Cartago, que perdeu a Espanha e se tornou um estado cliente de Roma.

Os sentimentos de vingança pela quase derrota nunca foram esquecidos. A 3ª Guerra Púnica (149-146 a.C.) foi simplesmente o massacre de Cartago. A frase delenda est Cartago (Cartago deve ser destruída) vem dos discursos do senador Cato para convencer os romanos a “deletar” a cidade. E deletada ela foi. A população foi escravizada, a cidade, queimada, e a história dos fenícios, apagada.

Quase tudo o que sabemos sobre eles vem dos gregos e romanos, porque seus textos em papiro não resistiram a tantas depredações. Um fim tragicamente irônico para o povo que inventou o alfabeto.

Grandes ideias, grandes negócios

Para se tornarem os donos do Mediterrâneo, os fenícios fizeram uso de diversas inovações, a maioria delas relacionada à tecnologia naval. Os navios de guerra usados pelos romanos e gregos eram basicamente uma criação fenícia. Foi deles a ideia de construir um navio a partir de um esqueleto posto numa doca seca, a partir da quilha central, outra invenção sua. Seus navios foram os primeiros a ter leme. Também foram eles que tiveram a ideia de distribuir os remadores em duas linhas, criando a birreme, que depois ganharia mais uma linha, tornando-se a trirreme. Esses eram navios de guerra, os remadores extras davam velocidade em manobras de abalroagem, bater em outro navio para afundá-lo, que se tornou a principal forma de guerra naval na época. Os navios de transporte usavam principalmente velas. Mas a criação fenícia mais duradoura é o alfabeto, do qual deriva o nosso. Usar letras para passar sons, e não ideias, como nos hierogrifos, foi uma simplificação revolucionária.

Globalização antiga

A rede comercial dos fenícios abrangia desde a Inglaterra até a Grécia, país com o qual concorriam no comércio, mas que também era um de seus maiores clientes. O comércio era em grande parte escambo — trocavam os produtos locais pelo que estivessem carregando. Na Espanha, montaram toda uma rede de beneficiamento de metais, que se transformavam em joias e ferramentas em Tiro e Sidon.
Carthage Must Be Destroyed: The Rise and Fall of an Ancient Civilization, Richard Miles, 2010, Penguin Books

A Segunda Guerra Mundial Vista do Espaço




Comentário: Considero um dos melhores documentários para exemplificar a geopolítica da Europa durante a segunda guerra mundial, o modelo expansionista é melhor "pensado" a partir de um ponto de analise mais amplo, um ótimo documentário, vale a pena ser visto, re-visto e discutido.